segunda-feira, maio 21, 2007

ANITA NA DISCOTECA



No desejo de perpetuar esse clássico da literatura infantil chamado “ANITA”, resolvi adaptar a história para um conceito mais moderno e adulto, que julgo sinceramente ser um pouco mais apelativo para as novas gerações. Espero sinceramente que este primeiro conto seja do vosso agrado!!

PRODUÇÕES BOCAS AMARGAS ORGULHA-SE DE APRESENTAR:

ANITA NA DISCOTECA

O despertador do telemóvel tocou e Anita continuou a dormir profundamente!

“Acorda Anita, acorda, está na hora de te levantares!! Já que não vais conseguir chegar a tempo das aulas do 10º ano nocturno , pelo menos que acordes a horas para jantar” – Diz a sempre bondosa e preocupada mãe de Anita

“Porra mãe, já ouvi, cara……. Já me levanto!!” – Responde Anita com autoridade!

“Anita, essa tua amiga que trouxeste para casa hoje de manhã também quer jantar???” – Pergunta a caridosa mãe de Anita

“Já te digo Fo…… cala-te lá um bocadinho!!” – Atira Anita para o ar..

Acorda ANITA, acorda!! Já está na hora de te levantares!!

Grande ANITA, Autoritária ANITA, mal educada do caraças ANITA!!


Anita levanta-se e vai jantar, enquanto o seu namorado espera pacientemente na sala de estar profusamente decorada.
Mal termina o repasto, a nossa heroína vai cumprimentar a sua cara metade.
É UM AMOR A NOSSA ANITA!! VIVA A ANITA!! NÃO MUDES A DECORAÇÃO DA SALA NÃO ANITA!!


A nossa Anita já está atrasada para ir ter com o grupo de amigos!
Tem cuidado Anita, não te atrases!!
Lá vai a nossa Anita preparar-se para uma noite bem passada. Regressa deslumbrante com o seu vestuário preferido!
GRANDE ANITA!! BOA ANITA!! QUE GRANDE AR DE VACA ANITA!!

Depois de se despedir delicadamente da mãe, a nossa pequena Anita vai ter com o seu grupo de amigos, que está a acabar de jantar na "Tasca do Sô Manuel" na Cova da Piedade. Quando ela entra, todos se deslumbram com a beleza natural da nossa querida protagonista!!

GRANDE ANITA!! LINDA ANITA!! AS TUAS AMIGAS PELO MENOS TÊM BOM ASPECTO ANITA!!
Depois de beber umas pequenas doses de absinto, a nossa querida Anita segue com o grupo para a discoteca da moda.
Para variar, o consumo mínimo à entrada revela-se um problema para a nossa heroína e todos os seus amigos, mas a nossa decidida Anita resolve o problema junto do porteiro com a habilidade que se lhe reconhece!
DECIDIDA ANITA!! VALENTE ANITA!! BADALHOCA DO CARAÇAS ANITA!!
Lá dentro, o ambiente é estupendo!
A nossa heroína dança com a sua delicadeza própria e bate palminhas de cada vez que alguém lhe paga uma bebida.
Está tão contente a nossa Anita!!
Alguém chama!!
Quem será Anita???
É melhor ires ver Anita!!
Olha Anita, é aquele rapaz simpático que anda a distribuir pó talco, Anita!! Aproveita agora que ninguém está na casa de banho, Anita!!
INTELIGENTE ANITA!! GRANDE ANITA!! AGARRADA AO PÓ QUE NEM UMA MALUCA ANITA!!

Agora a nossa querida Anita está pronta para que a diversão dure a noite toda!! Ela é assim a nossa Anita!! Sempre pronta para a brincadeira!!
Dança sem parar e bebe ainda mais!! Está com sede a Anita!!

FORMOSA ANITA!! ADMIRÁVEL ANITA!! ESTÁS COM UMA CARROÇA DE TODO O TAMANHO QUE JÁ NEM TE AGUENTAS DE PÉ ANITA""
Segura-te ao corrimão Anita, segura-te!!
Isso Anita!
Agora a nossa pequena e amada protagonista encontra o grupo de rapazes simpáticos que aviou na semana passada!!
Hummmm!! Pensa a nossa Anita, porque não um bocadinho de diversão???
"Rapazes, he! Rapazes, que tal se fôssemos até ao Requinte?" - Pergunta a sempre atiradiça Anita!!
"Ya, tudo fixe, por nós na boa!!" - Respondem os prestáveis rapazes!!

VALENTE ANITA!! AUTÊNTICA ANITA!! QUE GRANDE CABRA QUE TU ÉS QUE ATÉ A CICCIOLINA É UMA VIRGEM COMPARADA CONTIGO, ANITA!!
E lá vai a Anita para o Requinte com o grupo de amigos!!
A nossa Anita é mesmo benemérita!!
Lá dentro a nossa Anita aguenta-se com bravura às investidas até já ser dia, sempre com um sorriso nos lábios, como é seu timbre!!
SALTITONA ANITA!! ESGUIA ANITA!! PORRA QUE DEVES SER ARRAÇADA DE COELHO ANITA!!

Mas, como nós sabemos, a nossa Anita é muito amiga dos animais!! Para ela, os animais são grandes companheiros!
E a nossa Anita é incapaz de não partilhar com os nossos amigos animais as suas experiências!!

FOFA ANITA!! AMIGA DOS ANIMAIS ANITA!! DÁS CÁ UMA EDUCAÇÃO AOS BICHINHOS QUE NÃO LEMBRA A NINGUÉM, ANITA!!

Já cansada e sem forças, a nossa heroína regressa a casa esgotada!!
Isto é que foi uma grande noite, não foi Anita??
"Mas valeu a pena, ainda consegui sacar 40 euros ao tanso do manel!!" - pensa a nossa companheira de história enquanto adormece profundamente!!

DORME BEM ANITA!! BONS SONHOS ANITA!! PARA ALÉM DE VACA, CABRA E DROGADA AINDA SACAS MAIS MASSA DO QUE OS EMPRESÁRIOS PORTUGUESES À UNIÃO EUROPEIA ANITA!!

FIM

quarta-feira, maio 09, 2007

A teologia dos caracóis

Eu gosto de caracóis!!

Perdão, vou corrigir devidamente a minha anterior afirmação: Eu ADORO caracóis!!!

É com uma alegria incomensurável que ultrapasso os longos meses de Inverno para ver despontar na primavera as placas embutidas nas vitrinas dos restaurantes e cafés a anunciar o bondoso rastejante.

Todavia, tenho consciência de que existe uma massa anónima de pessoas que não nutre especial simpatia por este petisco. Fazem caretas, olham para o lado, questionam a nossa sanidade mental perante a imagem do minúsculo animal a ser apunhalado ferozmente por um palito, para de seguida ser retirado da sua carapaça de modo a satisfazer o palato do guloso comensal.

Milhares de homens mulheres e crianças desconhecem em absoluto o prazer de comer caracóis e, no seguimento do meu já conhecido altruísmo, decidi tentar demonstrar alguns pontos nem sempre reconhecidos e analisados da arte gastronómica deste pitéu lusitano.


1 – O caracol é um animal intrinsecamente gregário

De facto, o bicho individualmente não vale nada! Zero, nicles!! Nem sequer um pequeno bando de 10 faz grande diferença. Um só caracol representa tanto para o nosso prazer degustativo como o Paulo Portas para a democracia portuguesa.

No entanto, em grupo, são devastadores!! Empilhados anarquicamente numa travessa acabada de pousar numa mesa de café representam um autêntico exército que suplica por atenção dos alegres fregueses, não dando azo a qualquer desatenção da nossa parte até ao último bicharoco estar nas nossas profundezas digestivas.


2 – O caracol tem graves problemas com o álcool.

Cheguei à conclusão de que os caracóis têm uma dependência excessiva de bebidas alcoólicas, nomeadamente da cerveja.

O problema é que, uma vez instalados num corpo estranho (o nosso), estes aliensinhos nacionais transportam para o seu hospedeiro essa necessidade orgânica, obrigando-nos a consumir quantidades inauditas de imperiais.

Desta forma, é frequente ouvir-se os devoradores de caracóis comentarem posteriormente:

"Não sei como fui capaz de beber tanto!", ou "15 imperiais, nããã, eu não pude beber 15 imperiais!!" ou ainda "não sei o que me deu na cabeça para beber tanto ontem à noite, hoje vou passar horrores no emprego!!"

3 – Os caracóis provocam ataques de obsessão quase de índole psiquiátrico.

Observem atentamente este quadro e verifiquem se vos é familiar:

Uma travessa de caracóis terá o equivalente a 150 carapaças. Vamos comendo os caracóis, alguns mais simpáticos já com a testa de fora para se deixar comer, outros mais tímidos, enfiados na sua protecção, encostaditos lá atrás. Para estes malandros, utilizamos a nossa espada de Damocles, o palito, de modo a puxar o corpo inerte da sua última morada. Todavia, alguns são teimosos, e resistem a todas as nossas investidas com garbosa valentia, recusando-se a abandonar o lar.

E nós, membros da raça humana, que já conquistou a lua, alcançou um desenvolvimento tecnológico absolutamente notável e tem um arsenal bélico capaz de destruir o sistema solar, damos por nós a travar uma nervosa batalha com um bicho minúsculo, falando com ele, atirando-lhe palavrões em direcção aos seus corninhos escondidos, até que, por fim, rendemo-nos fatigados, com o ar mais inconsolável do mundo e atiramos o animal para o prato como se ele fosse responsável por todas as pestes e fomes do planeta.

E o mais estúpido é que o raio do bicho representa cerca de 0,5% da população disponível para deglutição na travessa e perdemos 2 minutos com ele, enquanto o nosso companheiro de mesa, que teve a sorte de não apanhar com um destes teimosos, devorou quase a travessa inteira!!

Qualquer estratego militar ficaria com os nervos em franja perante este comportamento!!


4 – O caracol e o comportamento infantil dos adultos.

Um cidadão entra num café, tasca, qualquer local de restauração nacional, e visiona a imagem de seres crescidinhos, com idade para terem juízo, a emitirem um som de fundo com a seguinte nota dominante: “scchuuurpp”, ao mesmo tempo que levam a carapaça liliputiana do caracol à boca.

Bela imagem, não é??

Façam um exercício: à porta de uma tasca, solicitem ao homem que tiver o aspecto mais "pintas do bairro" que lá estiver para chupar um calippo e saem de lá com a cana do nariz rachada, na melhor das hipóteses!!

Ofereçam-lhe uma travessa de caracóis e irão verificar que ele chupa com devota ternura e cuidado todo e qualquer bicharoco do recipiente, com um sorriso nos lábios de satisfação

Bela imagem esta também, não é??


Desta forma, espero ter de alguma forma contribuído para o incremento do conhecimento geral sobre este petisco tão apreciado. Caso desejem contribuir para este blog, podem sempre pagar umas travessas de caracóis!!

domingo, maio 06, 2007

UM QUESTÃO DE TAMANHO!!

Quem pretender visualizar um tamanho mais curto, por favor clique aqui.


Estava eu a beber uns copos com o meu grande amigo André, quando surgiu esta pequena dúvida existencial: Que tamanho é o mais apropriado?

Existirá algum tamanho standart que sirva como referência para a nossa análise?? Porque sem um ponto de referência, não poderemos saber se o meu é mais comprido do que o normal ou o do André é virtualmente mais pequeno??

E, neste caso, será o meu tamanho mais aplaudido ou será o André que fica com os louros de “tamanho certo”??

Tudo isto era muito facilitado se as pessoas percebessem de que, grande ou pequeno, cada um faz o melhor que pode, bem como se se abstraíssem do tamanho e aproveitassem a verdadeira essência.

Devo dizer, em abono da verdade, que já tenho obtido algumas queixas em relação a este assunto, seja por uma via mais discreta: “Ouve lá João, não poderia ser um pouquinho mais pequeno??” ou “Nunca pensaste que se fosse mais pequeno seria mais fácil”, seja por uma franca e aberta crítica: “É tão grande, assim não dá jeito nenhum!!” ou “Assim desse tamanho não, sendo assim, vou deixar de lhe por a vista em cima”, seguido até de comparações com figuras públicas que também são conhecidos pelo exagero no tamanho!!

Todavia, perante estas considerações, uma questão percorre a minha mente: Como é que eu resolvo um problema que faz parte da minha natureza mais intrínseca??

É evidente que não são algumas críticas que me fazem esmorecer, porque as opiniões que verdadeiramente me interessam são amplamente favoráveis.

A minha namorada, por exemplo, nunca se queixou do tamanho, referindo-se até muito positivamente ao mesmo, facto que eu denoto no olhar feliz e sorriso aberto que demonstra de cada vez que visiona o facto em análise!!

Mas reconheço que o incómodo por vezes exibido preocupa-me, porque não pretendo ser reconhecido pelo tamanho, mas principalmente pela qualidade, o que me é negado a partir do momento em que parece que o que atraia a atenção é o facto de ser comprido demais, ou, pelo menos, inconveniente para a função a que se destina!!

Foi pois, no seguimento destes pensamentos, que eu e o André entendemos resolver esta discussão com um facto prático: Metíamos os dois ao mesmo tempo e, posteriormente, recolhíamos as opiniões, de modo a desfazermos esta dúvida que nos percorre.

Todavia, deparámo-nos com um problema: Como é que íamos conseguir meter os dois ao mesmo tempo, visto que não conseguíamos arranjar maneira durante este fim de semana. E metendo um de cada vez, qual de nós seria o primeiro, para não existir o perigo de comparações erradamente influenciadas??

Bem, devo reconhecer que não existia outra alternativa, pelo que meti eu primeiro e o André terá que esperar pela ida para o trabalho para meter lá!!

E chegados a este ponto do texto, nada mais tenho a acrescentar de interessante a este assunto.

Apenas pretendo que os leitores(as) me façam chegar as suas opiniões sobre a questão em debate:

- Preferem os textos mais compridos do meu blog, ou os textos mais pequenos e concisos do blog do André??

Como já disse anteriormente não liguem só ao tamanho, mas tentem acima de tudo, perceber a essência do texto. Eu reconheço que escrevo textos mais longos do que os do André, mas é da minha natureza: quando começo a escrever alongo-me sempre um pouco!!

Na segunda-feira de manhã, o André também expressará esta dúvida existencial no seu blog, mas eu, como também referi, meti primeiro, porque estava com a internet disponível em casa.

E, por favor, não façam comparações com os livros do Saramago (como já me disseram), porque eu julgo que são situações distintas.

A questão é saber se para um blog são os meus textos mais adequados ou os do André!!


P.S. – EM QUE ESTIVERAM A PENSAR DURANTE A LEITURA DO TEXTO, MINHAS CABEÇAS MAROTAS??

quinta-feira, maio 03, 2007

Prismas!!

Estive a jogar ao “stop” com a minha filha, jogo notável que desenvolve a inteligência e cuja utilidade como factor de entretenimento nas baldas às aulas foi por mim apercebida desde muito cedo! (Maria, se por acaso visitares o blog do pai esta parte foi totalmente inventada por mim!)

Como sabem, o jogo consiste na utilização de uma folha de papel onde se inscreve um quadro com diversos itens (nomes; animais; objectos; cores; marcas; países e profissões), que tem de ser preenchido com recurso a palavras começadas por determinada letra. Para a sua escolha, um dos jogadores grita a letra “A”, para e imediato ditar mentalmente o alfabeto, até que um outro grita “stop”. A letra que estiver a ser pensada nessa altura pelo jogador é a escolhida para jogar.

Poderia neste momento tecer elevados elogios à cultura geral que a minha filha orgulhosamente exibe com os seus quase 11 anos, bem como salientar que é uma adversária à altura, mas o que verdadeiramente me impressionou foi a sua capacidade para discernir nomes de cores nunca antes por mim imaginados.

E isto, meus caros leitores, é um factor primário de distinção entre homens e mulheres.

Durante o jogo consegui acertar com facilidade nas seguintes cores:
Amarelo; vermelho; encarnado (ok, dependia da letra em jogo!!); verde; azul; laranja (admito que me lembrei da selecção holandesa e do filme do Kubrick); branco e preto. Já o castanho não foi por mim atingido com facilidade, tendo sido até o resultado de uma dúvida existencial que a Maria me colocou.

Mas a minha filha não!! Para além das que nomeie, acrescentou:
- Rosa; Beje; bordeux; Jade; Marrom; e Fúcsia!!

Sim, meus amigos, Fúcsia é uma cor!! Não é um modelo dos anos 60 da Ford (não sei porquê, mas ficava bem Ford Fúcsia), não é a última contratação romena do Sporting (avançado centro Fúcsia) nem uma ferramenta qualquer (Jorge, passa-me aí a chave de Fúcsia de 8 mm, por favor).

Fúcsia é uma cor reconhecida internacionalmente, como eu já descobri através de uma pesquisa na Wikipédia.

E o mais incrível foi a naturalidade com que a Maria me atirou com essa palavra à cara, perante a minha ignorância suprema!!

Porque a realidade é esta:
Os homens conseguem visualizar 3 ou 4 cores (os mais sensíveis ainda atingem a meia dúzia, se bem que não publicitem este facto para evitar insultos de índole sexual)!

As mulheres visualizam perto de 386 cores, insistindo que existem diferenças bastante perceptíveis entre o Magenta e o Violeta.

Nota: Os leitores escusam de começar a atirar piadas baixas sobre a minha masculinidade – Mais uma vez consultei a Wikipedia e escolhi duas cores que, para mim, são iguais, mas que a autora do artigo jura que são diferentes (é evidente que, neste caso, a informação foi publicada por uma mulher!!)

E esta diferença já está inscrita no material genético que separa o macho da fêmea desde os tempos primitivos.

Parece que eu estou a imaginar, no tempo das cavernas, a fêmea a dizer para o macho, que arrasta um leão acabadinho de ser morto:

“Ai José, a pele desse Leão é linda, vai dar um tapete novo para a entrada que vai matar de inveja as vizinhas das cavernas de cima. Tem um tom de azul bebé que condiz na perfeição com o azul celeste e o azul turquesa dos cobertores!!”