domingo, novembro 11, 2007

Desafio

Vou interromper estas férias sabáticas para este desafio proposto pela minha linda filhota!!

Desafio

1) Pegar num livro que esteja à mão.
2) Abri-lo na página 161
3) Procurar a 5ª frase completa.
4) Postá-la no blog.
5) Divulgar o nome e o autor do Livro
6) Passar o desafio a 5 bloggers.
Nota: É proibido ir buscar o melhor livro ou postar a frase mais interessante.

vou responder ao desafio !!!!

"- Ah, mas não, não vai nada ficar encantado."

Hugh Laurie, "O traficante de armas", Caderno.

Desafio os seguintes bloguers:

Hehehe!! Deixem-se estar descansados, e aproveitem para ler, que eu não vou passar o desafio a ninguém!!

quinta-feira, julho 05, 2007

PARABÉNS FILHOTA LINDA!!


Neste teu aniversário, minha filhota mais linda do mundo, neste dia em que completas 11 anos, desejo-te tudo o que de bom a vida te possa dar.

Amo-te meu mundo precioso!!

domingo, junho 24, 2007

O Carácter e o Canudo

Em Portugal existe, como sabemos, a paranóia dos canudos, sendo que esta realidade demonstra-se a diversos níveis.

Eu sou bancário e tenho de, por diversas vezes, fazer atendimento aos clientes. Muitas vezes começam logo a tratar-me por “Dr. João Pinto” e, noutras situações, perguntam-me primeiro “desculpe, o senhor é licenciado?”.

No primeiro exemplo nada posso fazer, pois seria indelicado eu afirmar “desculpe, mas está-me a tratar por Dr por algum motivo especial, ou sou eu que tenho cara de canudo universitário?”. Já no segundo caso, respondo normalmente com um irónico “sim, por acaso sou, tem sorte, hem?”, sendo que, felizmente para a minha estabilidade profissional, a outra parte não atinge a ironia da minha resposta.

É que me irrita profundamente este hábito de valorizar alguém pelo nível académico e não pelo seu real valor como ser humano e capacidades pessoais.

Tal como devemos analisar convenientemente a importância que o nível académico tem na formação pessoal e profissional de um indivíduo.

E eu, sinceramente, já cheguei há muito tempo à conclusão que ninguém se torna num ser humano melhor a qualquer nível, seja em termos de personalidade, feitio ou consciência cívica e pessoal, só porque tem um elevado nível de estudos.

Pode ter mais conhecimentos de determinadas áreas, pode ser alguém com uma cultura geral vastíssima, um excelente profissional no seu ofício, mas continuará a ser um péssimo ser humano, independentemente de ter um curso, doutoramento ou, simplesmente, o 9º ano, se tal for o seu carácter.

Os motivos para tal acontecer são vastíssimos, mas prendem-se com toda a formação pessoal que temos desde que nascemos, da família, dos amigos, dos conhecidos, do meio social em que no inserimos, e da escola também, mas no início. Para mim, o 1º ciclo é fundamental para a formação das crianças, devendo residir aí o grande investimento da escola no desenvolvimento de melhores cidadãos no futuro.

Conheço muitas pessoas que concluíram um curso superior que são e continuarão a ser seres humanos reles e maldosos, tal como conheço imensas pessoas que, com uma baixa frequência académica, são excelentes pessoas e seres humanos bondosos e bem formados. Tal como acontece o contrário: o que defendo é que o carácter das pessoas não está intimamente ligado ao seu nível académico ou profissional.

Aprender a valorizar as pessoas pelo seu carácter e não pelo que elas atingiram profissionalmente ou academicamente, ajuda também a fazer um mundo melhor.

quarta-feira, junho 13, 2007

GUIA PARA OS SANTOS - GPS

É noite de Santo António em Lisboa, o que equivale a descrever o ambiente da capital deste pequeno país como estando envolvido num clima de festa pela noite dentro, com multidões de peregrinos noctívagos a percorrem as mais recônditas ruelas de Lisboa com uma sardinha assada numa mão e um copo de tinto na outra.

Todavia, o leitor incauto que desconheça a realidade dos santos populares dos alfacinhas e que deseje deslocar-se a Lisboa para uma noite de diversão, pode deparar-se com problemas, derivado da sua inata ignorância.

Bocas Amargas, sempre atento às necessidades dos leitores, apresenta o Grande Guia da Noite dos Santos Populares, ou, abreviadamente, o GPS (Guia Para os Santos).

De modo a facilitar a compreensão deste guia, vamos seguir o percurso simulado de dois jovens casais que resolveram abandonar as suas belas vivendas geminadas numa urbanização moderna nos arredores do Bombarral para saborearem a festa da Capital.

Entram na cidade enfiados no Fiat Punto vermelho adquirido ao primo vendedor de automóveis, com o seu auto rádio em volume apreciável a debitar canções de cariz intelectual de artistas como Quim Barreiros e Tony Carreira.

Já que estão na capital, resolvem aumentar o nível musical e colocam o cd dos êxitos musicais do Agrupamento Musical Diapasão, para a malta cá de Lisboa não os acusar de serem uns bimbos de primeira, até que se deparam com o primeiro problema:


1 – CHEGADA E ESTACIONAMENTO

A noite de Santo António passa obrigatoriamente pelos bairros populares lisboetas, que se situam mais junto ao Tejo (Castelo, Alfama, Bica, Bairro Alto etc), em ruelas estreitas e largos desmesuradamente inclinados (pelo menos no final da noite são). Desta forma, recomendamos que os nossos estimados casais estacionem o carro bem longe do centro da agitação. Um local recomendado poderá ser o parque de estacionamento do Campo Grande, que dista apenas 7 quilómetros dos bairros típicos.

Depois de arrumar o carro, não se esqueçam de tirar o painel frontal forrado a alumínio do rádio, a antena e ligar os 256 alarmes e medidas de segurança que povoam o bólide, porque isto de ter um Fiat Punto com 4 anos, ainda por cima com tampões embelezadores nas rodas e uns aleirons laterais chama os ladrões das redondezas (e os de carros também, claro!!)

Os rapazes sacam do belo blusão de cabedal comprado numa ida a Ceuta com o pessoal da Casa do Povo, enquanto as jovens colocam o seu casado branco por cima do vestido azul marinho, enquanto dão os últimos retoques na maquilhagem e calçam a bela sandália branca com enfeites em forma de elefantes roxos com salto de 5 cm (boa ideia, até porque não vão ter de andar nada!!)

Apanham o metro até ao Marquês de Pombal e depois mudam para a linha que os transportará até aos Restauradores. Não se preocupem se por acaso só conseguirem entrar no comboio à 30ª tentativa, porque é normal neste dia.


2 – AS MARCHAS DOS SANTOS POPULARES

O acontecimento mais mediático da grande noite do Santo António são as Marchas que desfilam pela Avenida da Liberdade abaixo.

É fácil de reconhecer o local. Trata-se de uma larga avenida que, neste dia, está encerrada ao trânsito, e por onde passam diversos agrupamentos de jovens e menos jovens a cantar exactamente a mesma porcaria de melodia vezes sem conta com letras rascas e repetidas sobre a vida maravilhosa de bairros lisboetas reconhecidos pela sua qualidade urbanística, limpeza, organização e elevação social económica e cultural como a Bica, o Bairro Alto e a Madragoa.

Nas laterais dos desfiles estão presentes, na bancada de honra, altos dignitários estatais e municipais que, nesta altura, estão arrependidos da carreira política escolhida, e, pela avenida inteira, aquilo que se designa por povo, o que equivale a dizer que se trata de cidadãos portugueses que não têm mais nada de interessante para fazer num dia à noite do que ir para o meio da rua aplaudir a grande marcha de Campo de Ourique apadrinhada pelo João Baião.


3 – OS ARRAIAIS

Quando acabam as marchas começa a debandada para os locais dos arraiais. E os dois jovens casais perguntam-se, o que são e como são os arraiais lisboetas?

A resposta é simples: Todo e qualquer espaço público com uma área superior a 20 M2 com duas mesas, um tipo a tocar órgão e a cantar os últimos êxitos do verão de 1937, diversas miúdas a dançarem umas com as outras sob o olhar libidinoso de jovens com brinco na orelha, enfeites espalhados pelo ar e um fogareiro para as sardinhas e os pimentos pode ser considerado um arraial.

Portanto, caros jovens, a partir deste momento, basta conseguirem perfurar através das 1.989.545 pessoas que se encontram à vossa frente a subir a rua em direcção ao Castelo de São Jorge, passearem pelas ruas tipicamente estreitas dos bairros lisboetas onde alguns casais já aviadinhos de tinto carrascão aproveitam para verificar da estabilidade sísmica das paredes das casas antigas, para percorrem os diversos arraiais lisboetas.

Não se esqueçam que o tempo de espera médio para se ser aviado nestes locais ronda os 45 minutos; que em 3 sardinhas, 2 estão imprestáveis; o pão foi cortado por uma faca que já caiu ao chão 30 vezes e o vinho e a sangria são servidos pela mesma mão que esteve a limpar as mesas sebosas. A ASAE, digamos assim, que não frequenta muito os Arraiais!!

Atenção, este ano a polícia já avisou que vai fazer testes ao grau de alcoolémia de quem se encontrar em aparente estado de embriaguez nos Santos Populares.

Não se preocupem com esta informação. Primeiro, porque os que destoam da multidão são os que não bebem, logo aqueles que parece que se estão a comportar de uma maneira estranha e, portanto, chamados a fazer o teste. Segundo porque os próprios polícias, por volta das duas da matina, já estão também a recitar sonetos aos candeeiros!

Portanto, depois de gastarem o ordenado mensal da obtidos na lavoura lá da vila em 5 sardinhas e 15 copos de vinho tinto, os nossos casais estão prontos para a emocionante viagem de regresso ao Campo Grande, onde descansa o bólide Fiat Punto 1.2 (com embelezadores de rodas prateados, claro!!)


4 – O REGRESSO

Já bem comidos e com um pifo desgraçado a corroer os seus cérebros, os nossos casais têm de regressar ao carro. Como são 4.30 da madrugada não existem transportes públicos disponíveis e os táxis estão cheios.

Portanto a única alternativa é fazer uma saudável e vigorosa caminhada até ao Campo Grande! 7 quilómetros em ziguezague constante, paragens para aliviar a bexiga no poste mais perto (homens) ou no arbusto mais recôndito (mulheres), e apalpões intensos nas nádegas da raparigas.

É plenamente normal que as senhoras tenham tendência para tirar aquelas sandálias com os tais saltos de 5 cm, carregando-as nas mãos enquanto amaldiçoam a vida pelo transtorno que estão a passar e pisam toda a porcaria que se encontra espalhada pelo passeio. Por esta altura também é natural que iniciem um complexo ritual de aproximação ao macho no sentido de este demonstrar a sua masculinidade através do transporte da referida fêmea nos 5 quilómetros que ainda os separam da viatura. O problema é que, neste momento, a única forma de demonstração de força que os rapazes conhecem é a medição do tamanho do repuxo da urina enquanto vertem águas, e o esforço para arrotar o refrão do “bacalhau quer alho”.

Chegados ao carro, os casais demoram cerca de meia hora para conseguirem entrar, derivado do elevado estado de embriaguez, que impulsiona os jovens machos, possuídos por diversas hormonas em avançado grau alcoólico, para o banco de trás do carro, enquanto as donzelas debatem-se ferozmente contra os seus avanços com pancadinhas secas no peito dos jovens e gritinhos histéricos de “estás é bêbado, sou uma mulher de respeito, pensas que sou a galdéria com que tu andaste antes de mim??”.

Perante a falta de resultados dos seus avanços, os rapazes lá se sentam e o condutor, depois de demorar 10 minutos para encontrar a ignição, avança com o carro pela A8, à velocidade vertiginosa de 140 km enquanto grita para o pendura “Estás a ver, isto é que é andar!!”

Bem, espero que este pequeno guia da noite dos Santos seja útil para todos os leitores que não estão devidamente familiarizados com as festas alfacinhas e proporcione momentos de diversão a todos.

Bons Santos populares e…………………… Muito guronsan!!

domingo, junho 10, 2007

TODAS AS VERDADES SOBRE HOMENS E MULHERES QUE NUNCA FORAM CONTADAS (bem, pelo menos por mim!!) - Parte II

Devo reconhecer que, apesar de membro orgulhoso do sexo masculino, tenho a noção perfeita que as Mulheres detêm todas as potencialidades para comandar o mundo, quiçá o universo.

São inteligentes, geralmente mais aplicadas do que os Homens desde tenra idade (Desde a primeira classe que existiu sempre UMA melhor da turma), atingem níveis de maturidade muito interessantes enquanto nós passamos a vida a grunhir sobre os cromos de futebol e a problemática dos novos modelos automóveis e, por mais que tentemos disfarçar, são possuidoras de atributos físicos (pelo menos a maior parte!) que congelam os nossos neurónios, deixando-nos no estado catatónico de quem sofreu uma dupla lobotomia.

Então, o que falta ao sexo feminino para se tornar numa tribo universal de Amazonas a comandar os destinos do nosso planeta??

A resposta é simples: Falta-lhes união!

Elas, enquanto grupo, canibalizam-se, mutilam-se ferozmente com requintes de sadismo impensáveis, esgotando todas as suas energias nestes rituais antropófagos, de tal forma que escasseiam as forças para dinamitar convenientemente o sexo oposto (felizmente, digo eu!!).

Neste momento, imagino que as estimadas leitoras estejam a coleccionar epítetos menos abonatórios contra mim, enquanto os meus fiéis camaradas agitam a cabeça em tom de aprovação.

Para dissipar definitivamente qualquer dúvida em relação a esta realidade, vou passar a expor dois exemplos reveladores.

A) NO TRABALHO

Até hoje, todas as mulheres que eu conheci afirmaram-me peremptoriamente: “prefiro mil vezes trabalhar com homens do que com mulheres”.

Já o contrário, sinceramente, nunca ouvi!

Não é que os homens não aprecem desenvolver uma actividade laboral junto de mulheres, principalmente se estas tiverem os mínimos olímpicos em termos de beleza e abertura de espírito e sentido e humor suficiente para lidar com os ditos espirituosos dos homens.

Mas todos nós, elementos do sexo masculino, temos necessidade de trabalhar com outros da nossa espécie, de modo a filosofar sobre as últimas incidências da Liga de Futebol, partilharmos os nossos pensamentos sobre a boazona que trabalha na loja de decorações que abriu na rua ou deleitarmo-nos com as renhidas competições, na copa ou à entrada da casa de banho, que envolvem os mais rebuscados sons que o corpo humanos consegue produzir.

E as mulheres?

Bem, elas divertem-se a dinamitarem-se umas às outras!!

Por exemplo, se 6 mulheres e dois homens trabalharem juntos poder-se-ia afirmar que os homens estavam totalmente subjugados ao poder do belo sexo!

Mas não!!

Uma delas arranja-se mais e melhor do que a maioria: é uma convencida! Outra possui a fama de ter uma vida sexual mais activa do que os coelhos: é uma vaca! A terceira só sabe falar dos últimos números da revista “Burda”: É uma sonsa! A quarta é filha de pais abastados da zona de Cascais: É uma betinha insuportável! Outra é oriunda da Damaia de baixo e adora Tony Carreira: É uma bimba! A sexta tem problemas de peso que a transformam numa réplica do “Buda”: É uma Gorda!!

Desta forma, juntam-se permanentemente cinco mulheres a tecer considerações negativas sobre a sexta que obviamente não se encontra presente, sendo que esta estará inserida no grupo de cinco quando estiverem a comentar sobre outra qualquer que entretanto tenha abandonado a conversa.

Enquanto isso, os dois homens discutem sobre o penalti roubado ao Benfica, sobre as últimas aquisições tecnológicas ou sobre o facto de estarem sempre cinco mulheres juntas a passarem segredos umas às outras enquanto soltam gritinhos histéricos conjugados com frases como “eu já te tinha dito”; “não querendo falar mal de ninguém” ou “não, a sério?? Nunca pensei, mas agora que contas eu um dia também…….”.

Portanto, para estes dois homens prosseguirem a sua vivência em total tranquilidade, basta agirem normalmente, pois o grupo das mulheres trata naturalmente da sua auto-destruição!

B) NUM GRUPO DE AMIGOS

Não querendo por em causa o grau de amizade que uma mulher possa ter por outra, a realidade é que o comportamento das mulheres num grupo de amizade revela também o seu lado autofágico.

Raramente ouvimos um homem criticar um amigo de uma forma gratuita. Tem de existir um facto ou uma razão suficientemente forte para tal acontecer, tipo “Pois, tens razão Susana, o António não se portou lá muito condignamente ontem à noite! Ele talvez tenha exagerado um bocadinho de nada ao despir-se na pista de dança da discoteca e ao entrelaçar-se na empregada boazona que estava a passar, mas ele não fez por mal, bebeu um bocado mais do que o costume e estava divertido, vá lá, não fiques muito chateada com ele, também não é caso para isso”. O António chega e logo o seu amigo segreda-lhe “é pá tem cuidado que ela está toda lixada!”

As mulheres são mais do género: “Tu não viste, Susana, hã?? Não viste que ela sabia perfeitamente que eu ia levar aquele vestido lindíssimo que comprei o outro dia e foi vestir um muito parecido?? Não lhe perdoo! Só para se armar, é incrível, nunca esperei isto da Cristina! Que ela é um bocado tonta da cabeça e tem a mania que é a maior, eu já sabia, mas isto é demais!!” Nisto entra a Cristina e ambas cumprimentam-se radiantemente enquanto comentam as indumentárias que envergam, enquanto Susana delira interiormente com a cena que presencia.

Tal como no exemplo anterior, elas devoram-se umas às outras, silenciosamente, enquanto nós, Homens, permanecemos impávidos e serenos perante este grandioso espectáculo.

E, sinceramente, espero que estas minhas palavras não sirvam de incentivo para que vocês, elementos do belo sexo, modifiquem os vossos comportamentos, pois tudo isto que foi referido faz parte do ténue equilíbrio da natureza que, como sabemos, não deve ser destruído de ânimo leve!!

segunda-feira, maio 21, 2007

ANITA NA DISCOTECA



No desejo de perpetuar esse clássico da literatura infantil chamado “ANITA”, resolvi adaptar a história para um conceito mais moderno e adulto, que julgo sinceramente ser um pouco mais apelativo para as novas gerações. Espero sinceramente que este primeiro conto seja do vosso agrado!!

PRODUÇÕES BOCAS AMARGAS ORGULHA-SE DE APRESENTAR:

ANITA NA DISCOTECA

O despertador do telemóvel tocou e Anita continuou a dormir profundamente!

“Acorda Anita, acorda, está na hora de te levantares!! Já que não vais conseguir chegar a tempo das aulas do 10º ano nocturno , pelo menos que acordes a horas para jantar” – Diz a sempre bondosa e preocupada mãe de Anita

“Porra mãe, já ouvi, cara……. Já me levanto!!” – Responde Anita com autoridade!

“Anita, essa tua amiga que trouxeste para casa hoje de manhã também quer jantar???” – Pergunta a caridosa mãe de Anita

“Já te digo Fo…… cala-te lá um bocadinho!!” – Atira Anita para o ar..

Acorda ANITA, acorda!! Já está na hora de te levantares!!

Grande ANITA, Autoritária ANITA, mal educada do caraças ANITA!!


Anita levanta-se e vai jantar, enquanto o seu namorado espera pacientemente na sala de estar profusamente decorada.
Mal termina o repasto, a nossa heroína vai cumprimentar a sua cara metade.
É UM AMOR A NOSSA ANITA!! VIVA A ANITA!! NÃO MUDES A DECORAÇÃO DA SALA NÃO ANITA!!


A nossa Anita já está atrasada para ir ter com o grupo de amigos!
Tem cuidado Anita, não te atrases!!
Lá vai a nossa Anita preparar-se para uma noite bem passada. Regressa deslumbrante com o seu vestuário preferido!
GRANDE ANITA!! BOA ANITA!! QUE GRANDE AR DE VACA ANITA!!

Depois de se despedir delicadamente da mãe, a nossa pequena Anita vai ter com o seu grupo de amigos, que está a acabar de jantar na "Tasca do Sô Manuel" na Cova da Piedade. Quando ela entra, todos se deslumbram com a beleza natural da nossa querida protagonista!!

GRANDE ANITA!! LINDA ANITA!! AS TUAS AMIGAS PELO MENOS TÊM BOM ASPECTO ANITA!!
Depois de beber umas pequenas doses de absinto, a nossa querida Anita segue com o grupo para a discoteca da moda.
Para variar, o consumo mínimo à entrada revela-se um problema para a nossa heroína e todos os seus amigos, mas a nossa decidida Anita resolve o problema junto do porteiro com a habilidade que se lhe reconhece!
DECIDIDA ANITA!! VALENTE ANITA!! BADALHOCA DO CARAÇAS ANITA!!
Lá dentro, o ambiente é estupendo!
A nossa heroína dança com a sua delicadeza própria e bate palminhas de cada vez que alguém lhe paga uma bebida.
Está tão contente a nossa Anita!!
Alguém chama!!
Quem será Anita???
É melhor ires ver Anita!!
Olha Anita, é aquele rapaz simpático que anda a distribuir pó talco, Anita!! Aproveita agora que ninguém está na casa de banho, Anita!!
INTELIGENTE ANITA!! GRANDE ANITA!! AGARRADA AO PÓ QUE NEM UMA MALUCA ANITA!!

Agora a nossa querida Anita está pronta para que a diversão dure a noite toda!! Ela é assim a nossa Anita!! Sempre pronta para a brincadeira!!
Dança sem parar e bebe ainda mais!! Está com sede a Anita!!

FORMOSA ANITA!! ADMIRÁVEL ANITA!! ESTÁS COM UMA CARROÇA DE TODO O TAMANHO QUE JÁ NEM TE AGUENTAS DE PÉ ANITA""
Segura-te ao corrimão Anita, segura-te!!
Isso Anita!
Agora a nossa pequena e amada protagonista encontra o grupo de rapazes simpáticos que aviou na semana passada!!
Hummmm!! Pensa a nossa Anita, porque não um bocadinho de diversão???
"Rapazes, he! Rapazes, que tal se fôssemos até ao Requinte?" - Pergunta a sempre atiradiça Anita!!
"Ya, tudo fixe, por nós na boa!!" - Respondem os prestáveis rapazes!!

VALENTE ANITA!! AUTÊNTICA ANITA!! QUE GRANDE CABRA QUE TU ÉS QUE ATÉ A CICCIOLINA É UMA VIRGEM COMPARADA CONTIGO, ANITA!!
E lá vai a Anita para o Requinte com o grupo de amigos!!
A nossa Anita é mesmo benemérita!!
Lá dentro a nossa Anita aguenta-se com bravura às investidas até já ser dia, sempre com um sorriso nos lábios, como é seu timbre!!
SALTITONA ANITA!! ESGUIA ANITA!! PORRA QUE DEVES SER ARRAÇADA DE COELHO ANITA!!

Mas, como nós sabemos, a nossa Anita é muito amiga dos animais!! Para ela, os animais são grandes companheiros!
E a nossa Anita é incapaz de não partilhar com os nossos amigos animais as suas experiências!!

FOFA ANITA!! AMIGA DOS ANIMAIS ANITA!! DÁS CÁ UMA EDUCAÇÃO AOS BICHINHOS QUE NÃO LEMBRA A NINGUÉM, ANITA!!

Já cansada e sem forças, a nossa heroína regressa a casa esgotada!!
Isto é que foi uma grande noite, não foi Anita??
"Mas valeu a pena, ainda consegui sacar 40 euros ao tanso do manel!!" - pensa a nossa companheira de história enquanto adormece profundamente!!

DORME BEM ANITA!! BONS SONHOS ANITA!! PARA ALÉM DE VACA, CABRA E DROGADA AINDA SACAS MAIS MASSA DO QUE OS EMPRESÁRIOS PORTUGUESES À UNIÃO EUROPEIA ANITA!!

FIM

quarta-feira, maio 09, 2007

A teologia dos caracóis

Eu gosto de caracóis!!

Perdão, vou corrigir devidamente a minha anterior afirmação: Eu ADORO caracóis!!!

É com uma alegria incomensurável que ultrapasso os longos meses de Inverno para ver despontar na primavera as placas embutidas nas vitrinas dos restaurantes e cafés a anunciar o bondoso rastejante.

Todavia, tenho consciência de que existe uma massa anónima de pessoas que não nutre especial simpatia por este petisco. Fazem caretas, olham para o lado, questionam a nossa sanidade mental perante a imagem do minúsculo animal a ser apunhalado ferozmente por um palito, para de seguida ser retirado da sua carapaça de modo a satisfazer o palato do guloso comensal.

Milhares de homens mulheres e crianças desconhecem em absoluto o prazer de comer caracóis e, no seguimento do meu já conhecido altruísmo, decidi tentar demonstrar alguns pontos nem sempre reconhecidos e analisados da arte gastronómica deste pitéu lusitano.


1 – O caracol é um animal intrinsecamente gregário

De facto, o bicho individualmente não vale nada! Zero, nicles!! Nem sequer um pequeno bando de 10 faz grande diferença. Um só caracol representa tanto para o nosso prazer degustativo como o Paulo Portas para a democracia portuguesa.

No entanto, em grupo, são devastadores!! Empilhados anarquicamente numa travessa acabada de pousar numa mesa de café representam um autêntico exército que suplica por atenção dos alegres fregueses, não dando azo a qualquer desatenção da nossa parte até ao último bicharoco estar nas nossas profundezas digestivas.


2 – O caracol tem graves problemas com o álcool.

Cheguei à conclusão de que os caracóis têm uma dependência excessiva de bebidas alcoólicas, nomeadamente da cerveja.

O problema é que, uma vez instalados num corpo estranho (o nosso), estes aliensinhos nacionais transportam para o seu hospedeiro essa necessidade orgânica, obrigando-nos a consumir quantidades inauditas de imperiais.

Desta forma, é frequente ouvir-se os devoradores de caracóis comentarem posteriormente:

"Não sei como fui capaz de beber tanto!", ou "15 imperiais, nããã, eu não pude beber 15 imperiais!!" ou ainda "não sei o que me deu na cabeça para beber tanto ontem à noite, hoje vou passar horrores no emprego!!"

3 – Os caracóis provocam ataques de obsessão quase de índole psiquiátrico.

Observem atentamente este quadro e verifiquem se vos é familiar:

Uma travessa de caracóis terá o equivalente a 150 carapaças. Vamos comendo os caracóis, alguns mais simpáticos já com a testa de fora para se deixar comer, outros mais tímidos, enfiados na sua protecção, encostaditos lá atrás. Para estes malandros, utilizamos a nossa espada de Damocles, o palito, de modo a puxar o corpo inerte da sua última morada. Todavia, alguns são teimosos, e resistem a todas as nossas investidas com garbosa valentia, recusando-se a abandonar o lar.

E nós, membros da raça humana, que já conquistou a lua, alcançou um desenvolvimento tecnológico absolutamente notável e tem um arsenal bélico capaz de destruir o sistema solar, damos por nós a travar uma nervosa batalha com um bicho minúsculo, falando com ele, atirando-lhe palavrões em direcção aos seus corninhos escondidos, até que, por fim, rendemo-nos fatigados, com o ar mais inconsolável do mundo e atiramos o animal para o prato como se ele fosse responsável por todas as pestes e fomes do planeta.

E o mais estúpido é que o raio do bicho representa cerca de 0,5% da população disponível para deglutição na travessa e perdemos 2 minutos com ele, enquanto o nosso companheiro de mesa, que teve a sorte de não apanhar com um destes teimosos, devorou quase a travessa inteira!!

Qualquer estratego militar ficaria com os nervos em franja perante este comportamento!!


4 – O caracol e o comportamento infantil dos adultos.

Um cidadão entra num café, tasca, qualquer local de restauração nacional, e visiona a imagem de seres crescidinhos, com idade para terem juízo, a emitirem um som de fundo com a seguinte nota dominante: “scchuuurpp”, ao mesmo tempo que levam a carapaça liliputiana do caracol à boca.

Bela imagem, não é??

Façam um exercício: à porta de uma tasca, solicitem ao homem que tiver o aspecto mais "pintas do bairro" que lá estiver para chupar um calippo e saem de lá com a cana do nariz rachada, na melhor das hipóteses!!

Ofereçam-lhe uma travessa de caracóis e irão verificar que ele chupa com devota ternura e cuidado todo e qualquer bicharoco do recipiente, com um sorriso nos lábios de satisfação

Bela imagem esta também, não é??


Desta forma, espero ter de alguma forma contribuído para o incremento do conhecimento geral sobre este petisco tão apreciado. Caso desejem contribuir para este blog, podem sempre pagar umas travessas de caracóis!!

domingo, maio 06, 2007

UM QUESTÃO DE TAMANHO!!

Quem pretender visualizar um tamanho mais curto, por favor clique aqui.


Estava eu a beber uns copos com o meu grande amigo André, quando surgiu esta pequena dúvida existencial: Que tamanho é o mais apropriado?

Existirá algum tamanho standart que sirva como referência para a nossa análise?? Porque sem um ponto de referência, não poderemos saber se o meu é mais comprido do que o normal ou o do André é virtualmente mais pequeno??

E, neste caso, será o meu tamanho mais aplaudido ou será o André que fica com os louros de “tamanho certo”??

Tudo isto era muito facilitado se as pessoas percebessem de que, grande ou pequeno, cada um faz o melhor que pode, bem como se se abstraíssem do tamanho e aproveitassem a verdadeira essência.

Devo dizer, em abono da verdade, que já tenho obtido algumas queixas em relação a este assunto, seja por uma via mais discreta: “Ouve lá João, não poderia ser um pouquinho mais pequeno??” ou “Nunca pensaste que se fosse mais pequeno seria mais fácil”, seja por uma franca e aberta crítica: “É tão grande, assim não dá jeito nenhum!!” ou “Assim desse tamanho não, sendo assim, vou deixar de lhe por a vista em cima”, seguido até de comparações com figuras públicas que também são conhecidos pelo exagero no tamanho!!

Todavia, perante estas considerações, uma questão percorre a minha mente: Como é que eu resolvo um problema que faz parte da minha natureza mais intrínseca??

É evidente que não são algumas críticas que me fazem esmorecer, porque as opiniões que verdadeiramente me interessam são amplamente favoráveis.

A minha namorada, por exemplo, nunca se queixou do tamanho, referindo-se até muito positivamente ao mesmo, facto que eu denoto no olhar feliz e sorriso aberto que demonstra de cada vez que visiona o facto em análise!!

Mas reconheço que o incómodo por vezes exibido preocupa-me, porque não pretendo ser reconhecido pelo tamanho, mas principalmente pela qualidade, o que me é negado a partir do momento em que parece que o que atraia a atenção é o facto de ser comprido demais, ou, pelo menos, inconveniente para a função a que se destina!!

Foi pois, no seguimento destes pensamentos, que eu e o André entendemos resolver esta discussão com um facto prático: Metíamos os dois ao mesmo tempo e, posteriormente, recolhíamos as opiniões, de modo a desfazermos esta dúvida que nos percorre.

Todavia, deparámo-nos com um problema: Como é que íamos conseguir meter os dois ao mesmo tempo, visto que não conseguíamos arranjar maneira durante este fim de semana. E metendo um de cada vez, qual de nós seria o primeiro, para não existir o perigo de comparações erradamente influenciadas??

Bem, devo reconhecer que não existia outra alternativa, pelo que meti eu primeiro e o André terá que esperar pela ida para o trabalho para meter lá!!

E chegados a este ponto do texto, nada mais tenho a acrescentar de interessante a este assunto.

Apenas pretendo que os leitores(as) me façam chegar as suas opiniões sobre a questão em debate:

- Preferem os textos mais compridos do meu blog, ou os textos mais pequenos e concisos do blog do André??

Como já disse anteriormente não liguem só ao tamanho, mas tentem acima de tudo, perceber a essência do texto. Eu reconheço que escrevo textos mais longos do que os do André, mas é da minha natureza: quando começo a escrever alongo-me sempre um pouco!!

Na segunda-feira de manhã, o André também expressará esta dúvida existencial no seu blog, mas eu, como também referi, meti primeiro, porque estava com a internet disponível em casa.

E, por favor, não façam comparações com os livros do Saramago (como já me disseram), porque eu julgo que são situações distintas.

A questão é saber se para um blog são os meus textos mais adequados ou os do André!!


P.S. – EM QUE ESTIVERAM A PENSAR DURANTE A LEITURA DO TEXTO, MINHAS CABEÇAS MAROTAS??

quinta-feira, maio 03, 2007

Prismas!!

Estive a jogar ao “stop” com a minha filha, jogo notável que desenvolve a inteligência e cuja utilidade como factor de entretenimento nas baldas às aulas foi por mim apercebida desde muito cedo! (Maria, se por acaso visitares o blog do pai esta parte foi totalmente inventada por mim!)

Como sabem, o jogo consiste na utilização de uma folha de papel onde se inscreve um quadro com diversos itens (nomes; animais; objectos; cores; marcas; países e profissões), que tem de ser preenchido com recurso a palavras começadas por determinada letra. Para a sua escolha, um dos jogadores grita a letra “A”, para e imediato ditar mentalmente o alfabeto, até que um outro grita “stop”. A letra que estiver a ser pensada nessa altura pelo jogador é a escolhida para jogar.

Poderia neste momento tecer elevados elogios à cultura geral que a minha filha orgulhosamente exibe com os seus quase 11 anos, bem como salientar que é uma adversária à altura, mas o que verdadeiramente me impressionou foi a sua capacidade para discernir nomes de cores nunca antes por mim imaginados.

E isto, meus caros leitores, é um factor primário de distinção entre homens e mulheres.

Durante o jogo consegui acertar com facilidade nas seguintes cores:
Amarelo; vermelho; encarnado (ok, dependia da letra em jogo!!); verde; azul; laranja (admito que me lembrei da selecção holandesa e do filme do Kubrick); branco e preto. Já o castanho não foi por mim atingido com facilidade, tendo sido até o resultado de uma dúvida existencial que a Maria me colocou.

Mas a minha filha não!! Para além das que nomeie, acrescentou:
- Rosa; Beje; bordeux; Jade; Marrom; e Fúcsia!!

Sim, meus amigos, Fúcsia é uma cor!! Não é um modelo dos anos 60 da Ford (não sei porquê, mas ficava bem Ford Fúcsia), não é a última contratação romena do Sporting (avançado centro Fúcsia) nem uma ferramenta qualquer (Jorge, passa-me aí a chave de Fúcsia de 8 mm, por favor).

Fúcsia é uma cor reconhecida internacionalmente, como eu já descobri através de uma pesquisa na Wikipédia.

E o mais incrível foi a naturalidade com que a Maria me atirou com essa palavra à cara, perante a minha ignorância suprema!!

Porque a realidade é esta:
Os homens conseguem visualizar 3 ou 4 cores (os mais sensíveis ainda atingem a meia dúzia, se bem que não publicitem este facto para evitar insultos de índole sexual)!

As mulheres visualizam perto de 386 cores, insistindo que existem diferenças bastante perceptíveis entre o Magenta e o Violeta.

Nota: Os leitores escusam de começar a atirar piadas baixas sobre a minha masculinidade – Mais uma vez consultei a Wikipedia e escolhi duas cores que, para mim, são iguais, mas que a autora do artigo jura que são diferentes (é evidente que, neste caso, a informação foi publicada por uma mulher!!)

E esta diferença já está inscrita no material genético que separa o macho da fêmea desde os tempos primitivos.

Parece que eu estou a imaginar, no tempo das cavernas, a fêmea a dizer para o macho, que arrasta um leão acabadinho de ser morto:

“Ai José, a pele desse Leão é linda, vai dar um tapete novo para a entrada que vai matar de inveja as vizinhas das cavernas de cima. Tem um tom de azul bebé que condiz na perfeição com o azul celeste e o azul turquesa dos cobertores!!”

quinta-feira, abril 19, 2007

TODAS AS VERDADES SOBRE HOMENS E MULHERES QUE NUNCA FORAM CONTADAS (bem, pelo menos por mim!!) - Parte I

OS SENTIDOS

OLFACTO

A
– Toda e qualquer mulher consegue decifrar a uma distância considerável a composição química de todo e qualquer perfume ou odor corporal genericamente diferente do seu, servindo tal característica para colocar à prova a nossa capacidade de audição.
- Os homens, por norma, conseguem decifrar à distância a diferença entre uma boa bifana e imperial e a porta de casa. Tal capacidade origina que a mulher coloque à prova a capacidade de audição dos homens.

CONCLUSÃO: O nariz está intimamente ligado aos ouvidos, daí estarem juntos na mesma especialidade médica.

VISÃO
A
- As mulheres vêem o preço de uma camisa de marca e pensam: “Só 75 €??”
- Os homens perante a mesma realidade pensam: “Dasss, 75 €??”

B
- As mulheres vêem um homem giro na rua, tecem-lhe elogios audíveis ao pé do namorado/marido e se eles se chateiam levantam a voz e partem-lhes a cabeça.
-Os homens miram uma mulher gira, tecem-lhe elogios audíveis ao pé da namorada/mulher e elas levantam a mala e partem-lhes a cabeça.

Conclusão: Para realidades semelhantes, reacções diferentes com destinos iguais. As diferenças entre sexos turvam a visão

AUDIÇÃO
A
- Quando as mulheres casadas organizam um encontro com as amigas na sua casa ouvem a música baixo para poderem falar alto.
- Quando os homens casados organizam um encontro com os amigos na sua casa ouvem a música alto para poderem falar baixo.

B
- Numa discussão as mulheres activam a audição selectiva para ouvirem somente o que lhes interessa
- Numa discussão os homens activam a audição selectiva para falarem somente sobre o que lhes interessa.

Conclusão: Se saber ouvir é uma virtude, ouvir sem saber é uma questão de oportunidade

PALADAR

A
- Para uma esmagadora maioria das mulheres as sogras cozinham com defeitos
- Para uma esmagadora maioria dos homens as sogras têm defeitos, mas cozinham.

B
- Por norma, as mulheres gostam de pratos grandes com diversas doses pequenas
- Os homens gostam de pratos pequenos com diversas doses grandes.

Conclusão: Quanto maior o prato menor a dose. A mesma regra aplica-se ao órgão sexual dos halterofilistas consumidores de esteróides anabolizantes.

TACTO

A
- As mulheres tomam banho com a temperatura da água mortalmente próxima do ponto de fusão do urânio. Miraculosamente acabam de tomar banho sem sofrerem queimaduras visíveis, com um sorriso de satisfação nos lábios.
- Os homens são convidados pelas mulheres para entrarem num romântico jogo erótico no banho. De imediato são fustigados com a água que vem do chuveiro a 396 graus celsius e soltam a totalidade do calão que apreenderam durante a sua existência, enquanto tentam fugir desesperadamente da banheira de modo a tentarem entrar no congelador vertical da habitação.

B
- Para as mulheres, no local de trabalho, o ar condicionado é o seu maior inimigo.
- Para os homens, no local de trabalho, as mulheres são o pior inimigo do ar condicionado.

Conclusão: O termóstato humano varia conforme os sexos: Nas mulheres está avariado, nos homens está descalibrado

domingo, abril 08, 2007

Vamos ao Cabeleireiro!!

Retomando a temática do post anterior, a partir de determinada altura desisti dos barbeiros e arrisquei uma primeira incursão pelos “cabeleireiros”, sendo que imediatamente percebi que todos eles partilham o mesmo sobrenome: “unisexo”!!

Desta forma, pensei que só trabalhavam elementos de um único sexo, realidade que me pareceu válida quando examinei o interior do estabelecimento pela montra.

Com o peito cheio e a barriga encolhida, entrei decidido a deixar o meu couro cabeludo entregue nas mãos de uma profissional do belo sexo, imaginando-me já sentado no cadeirão suavemente decorado com uns berrantes tons laranja e verde a ser rodeado de atenções e mimos estilísticos.

Uma senhora quarentona com vestígios de base suficiente para camuflar o Empire State Building encarregou-se diligentemente de me retirar o casaco e sentar-me numa suave cadeira para lavar a cabeça, num ambiente semelhante a um retiro espiritual no Tibete. Logo surgiu uma jovem com o cabelo apanhado que, depois de me vestir o equivalente a uma toga de advogado, recostou a minha cabeça de encontro à bacia, colocando a água a correr.

Foi nesta altura que percebi da pior maneira que este passo obedece a uma ordem natural da lavagem da cabeça nos cabeleireiros:

1 – A vítima incauta ouve a água a correr

2 – A água é apontada para o couro cabeludo do cliente

3 – O cliente apercebe-se nessa altura que a água está numa temperatura suficiente para escalfar um ovo em dois segundos

4 – O cliente dá um pulo na cadeira enquanto abafa um “dassssssss”

5 – A jovem lavadora pergunta inocentemente: “está muito quente???” e imediatamente diminui a temperatura do líquido sem esperar pela resposta óbvia da vítima

6 – De seguida afirma com convicção: “está melhor não está????”

7 – O cliente esboça um sorriso forçado afirmando “está melhor, obrigado” enquanto experimenta a sensação de alívio equivalente a ser retirado de um balde para depenar galinhas, concentrando-se para não explodir numa afirmação mais contundente e que envolvia metade da família da lavadora, bem como considerações menos abonatórias sobre a actividade sexual retribuída da jovem empregada!

De seguida, fui conduzido para um cadeirão de fazer inveja ao chefe lá do escritório, onde me sentei com atenções dignas de um monarca. Sim, porque em qualquer cabeleireiro a zona da lavagem da cabeça está separada pelo menos uns dez metros da zona do corte e arranjo do cabelo, o que nos obriga a levar a cabeça embrulhada numa toalha, qual Cármen Miranda de trazer por casa, para evitar deixar um rasto de pingos pelo soalho do brilhante salão.

Neste ponto, pude visualizar amplamente o salão, pelo que posso tecer algumas considerações que considero pertinentes sobre estes espaços comerciais:

- As clientes são sempre “meninas”, nem que tenham 150 anos e desloquem-se com a ajuda de uma cadeira de rodas motorizada, botija de oxigénio e um desfibrilhador de emergência.

- É usual ver-se uma “menina” com as mãos espetadas em direcção a um horizonte imaginário, enquanto uma jovem sentada num banco de criança enverniza as suas unhas e lhe pergunta por metade da família e pelos gostos televisivos recentes.

- Existem turbinas de avião colocadas na vertical, onde as senhoras de diversa idade colocam as suas cabeças, enquanto tentam ler revistas de mexericos. Sinceramente, a utilidade de tais utensílios ainda não me foi convenientemente explicada, pelo que só posso dizer que aquilo parece uma reunião de elementos dos narcóticos anónimos em plena experiência alucinogénea num hangar do aeroporto da Portela.

- As empregadas tentam desesperadamente falar mal da cliente anterior, caso esta seja conhecida da actual, mantendo esta cadência ao longo do dia.

De qualquer forma, confortavelmente instalado no meu poiso, aguardei a chegada de uma musa inspiradora com a tesoura na mão (o que obriga a evitar qualquer piada de cariz sexual, caso desejemos manter o nosso pescoço em bom estado).

Estava eu embrenhado nos meus pensamentos lascivos sobre o universo das cabeleireiras quando um ser bamboleante, cabelo eriçado, voz esganiçada e com evidentes problemas motores nos pulsos para segurar as mãos num ponto de equilíbrio horizontal se aproximou de mim e disse num tom arrastado, enquanto colocava as mãos nos meus ombros e iniciava uma busca incessante pelo meu cabelo, como se estivesse a procurar uma pepita de ouro: “Olllláááááá, Booooaaaa taaarrrddee, sou o Joooorrrgggeeee! Enttãããoooo, cooooommmoooo deeeesssejjjjaaa o caaabbbeeello??”

Devo reconhecer que o ligeiro pulo que dei no cadeirão, juntamente com o meu olhar embasbacado, enquanto simultaneamente procurava a saída de emergência mais próxima (ou um taco de basebol em alternativa), não foi a melhor reacção que se pode ter numa situação destas, mas tentei manter uma pose de naturalidade na resposta: “haa, hummm, haaa! Bem, então quando é que a senhora vem para me cortar o cabelo??? É você que lhe vai dar as minhas indicações??? Cof cof cof!!”

Todavia o Joooorrrggggeeee é que era o cabeleireiro, facto que constatei de imediato pelo manuseamento que efectuou com a tesoura e o pente, e julgo que, apesar da minha reacção nervosa, manteve um atendimento profissional e competente. Claro que uma alma mais negativista poderá ver alguma tentativa de vingança da parte do cabeleireiro nos dois golpes no pescoço e o ligeiro corte na orelha que originou uma deslocação de urgência ao hospital, mas não vamos dar importância de maior a incidentes que podem ocorrer em qualquer profissão!!

Verifiquei ainda, no decorrer da minha aventura no cabeleireiro que, ao contrário do que é normal nos barbeiros, o nosso cabelo é lavado novamente depois do corte, para de seguida ser secado e penteado, sendo que, no fim, colocam um gel pastoso, de modo a originar um penteado tão natural como a comida do Macdonalds!! (Ponto importante: Evitar por todas as formas qualquer contacto com amigos depois de sair do cabeleireiro, caso contrário será inapelavelmente gozado até ao fim dos seus dias!!).

O último acto cerimonial do cabeleireiro é a vistoria efectuada pelo espelho de mão, onde o(a) profissional percorre, num travelling emocionado, o nosso couro cabeludo de diversos pontos e ângulos, de modo a que o cliente possa dar a sua opinião.

Devo reconhecer que um dia hei-de arranjar coragem para afirmar com convicção:

“ Não, não gosto, está horrível, péssimo mesmo, quero o meu cabelo de volta!!”.

domingo, abril 01, 2007

Diário da vida de um Estádio

Amanhã, Domingo dia 1 de Abril, irá decorrer o clássico Benfica (SLB; SLB; SLB;) – Porto (buuuuu!! Ladrões, gatunos buuuu) que vou ter oportunidade de assistir em plena Catedral (para os mais desatentos, estou a falar do local de culto de milhões de pessoas).

Os dias em que decorrem os clássicos na Catedral (Clássicos: Jogos onde o Benfica recebe os clubes mais fortes do grupo dos fracos) são fartos em emoções, amizade e convívio.

Para todos aqueles que ainda não tiveram oportunidade de visionar um jogo no estádio do Glorioso (sim, porque não vamos comparar a Catedral e certas capelinhas provincianas que existem, por exemplo, para os lados de Alvalade!) vou tentar descrever esse dia maravilhoso:

- De manhã o estádio organiza-se para receber os espectadores. A polícia monta o que denominam de “complexo dispositivo de segurança” para evitar problemas no “interior do recinto”. Por volta das 13.00 irão ser difundidas, nos diversos canais nacionais, entrevistas com a loura e competente Comissária Cruz (que, como sabemos, trabalha 24 sobre 24 horas)

- Também durante o período matutino começam a chegar magotes de autocarros provenientes dos mais diversos pontos do país, normalmente com cartazes tipo “Casa do Benfica de Vinhais”, onde o consumo de vinho tinto, salsichões e pão de centeio atinge níveis impensáveis.
Estacionam por norma junto ao Colombo, para onde os seus ocupantes vão ocupar as horas livres até ao jogo, tirando animadas fotografias em grupo junto à entrada principal do Centro Comercial para roer de inveja os amigos da terra. É normal visualizar diversos grupos a olhar para o tecto e de boca aberta a comentar “xajus, ixto é memo grande!! Inda dixiam que a igreija lá da terra era grande!!”.

- A partir da hora de almoço inicia-se a peregrinação até à Luz, sendo que por esta altura ainda são visíveis múltiplos farnéis espalhados pelos passeios adjacentes ao estádio. O cheiro a vinho tinto é de tal maneira intenso que, por vezes, a PSP necessita de utilizar máscaras especiais anti-alcool (excepto alguns elementos que aproveitam para se embebedar de borla!!).

As barracas de comes e bebes estão estrategicamente instaladas nos acessos ao recinto, munidas de vastos stocks de febras, entremeadas, couratos e barris de cerveja que transformam a bacia do Alqueva num alguidar caseiro. Desta forma, com o avançar das horas, estes locais transformam-se na maior atracção dos futuros espectadores que aproveitam para beber cerveja com álcool, visto que no interior do estádio tal não é possível.
Derivado dessa proibição, o pessoal aproveita para se embebedar de uma forma mais permanente no exterior (de modo a durar até ao fim do jogo, contando com o tempo de saída do estádio e deslocação até às barracas), pelo que os 100 metros que separam as roullotes da Catedral transformam-se numa experiência visual única para os seus frequentadores, visto que a emoção de visionar três estádios, ainda por cima sobrepostos, é marcante para qualquer benfiquista.


- Depois de devidamente abastecidos de febras e entremeadas e alguns litros de Super-bock, o pessoal avança em direcção ao estádio (aqueles que ainda vêem o caminho amparam os restantes), entrando no mesmo com um sentimento único de admiração pelo espaço, emoção pelo aproximar da hora de início do jogo e necessidade de encontrar o mais depressa possível a casa de banho mais próxima



- Comodamente instalados nas suas cadeiras, os benfiquistas aproveitam para tirar fotos ao estádio, comentar os acontecimentos desportivos com o vizinho do lado e procurar a casa de banho mais próxima, porque durante o jogo, nem que a bexiga expluda, não arredam pé do seu local.

- Quando entra a claque do Porto um coro de assobios invade o estádio, situação que só é suplantada pela entrada da equipa de futebol dos dragões para o aquecimento e, nomeadamente, da equipa de arbitragem. Derivado da proibição de relatar as imprecações contra o pessoal do Norte, posso dizer que os assobios são acompanhados por ligeiros elogios às mães dos rapazes da invicta, decorações festivas às suas faces através da utilização do órgão sexual e pedidos ao pessoal do Porto que realize penetrações pelo traseiro com objectos afiados (entre outras pérolas).

- Quando o jogo começar, irá reparar que uma boa parte do pessoal fala da equipa do Benfica recorrendo a certos lugares comuns, e que vou tentar explanar, dividindo-a por sectores de jogo:
Assobiar o Moretto, ignorar o Quim e apludir loucamente o Moreira, nem que ele esteja lá para apanhar bolas.
O Luisão, David Luís e o Leo são intocáveis (diria que quase deuses), nem que façam porcaria o jogo todo, enquanto que o Nelson irá ter sempre a desculpa de que está a “crescer como jogador” nem que tenha 40 anos.
O Petit deve ser sempre encorajado a partir os perónios e os metatarsos dos adversários, o Katsouranis é uma “grande aquisição, sacana do grego é mesmo bom” e o Karagounis um “ganda maluco”.
O Nuno Gomes é uma “menina” ou “Amélia”, marque ou não 5 golos e o Miccolli é “o maior” mesmo que meça 1,50 e esteja no campo a snifar as linhas de jogo.
O Simão, bem, em relação ao Simão só pergunto: mas alguém questiona Deus??

- Uma característica comum a todo o estádio é que, se o Benfica não fizer uma exibição perfeita (para quem não sabe, tal significa que o glorioso marcou mais 15 golos do que o adversário) é a ocorrência de críticas abundantes em relação aos jogadores. Por exemplo:
“Este gajo, não presta para nada!! Só querem é ganhar dinheiro e não correm; que vergonha, até um puto dos juniores faria melhor; Ó Fernando Santos, tira é esse gajo do campo; Ganda Amélia que tu me saíste!!; Vai chutar assim para a Meretriz que te deu à luz (mais uma vez a impossibilidade de escrever injúrias), etc.”
No entanto, o(s) mesmo(s) jogadore(s) alvos de este tipo de atenções transformam-se em deuses do Olimpo caso contribuam para um golo e/ou vitória do Benfica:
“És o maior pá!!; Sempre acreditei em ti; vê-se logo que és benfiquista desde pequenino!!”

- Depois do jogo, existem duas situações possíveis: Ou o Benfica ganha e a malta vai comemorar para as barracas e beber até cair; ou o Benfica perde e a malta vai chorar para as barracas e beber até cair. Em caso de empate o melhor mesmo é ir até às barracas para beber até cair.

- Quando esgotar a cerveja ou fecharem as barracas (o que acontecer primeiro), o pessoal começa a ir para casa, deslocando-se para os seus automóveis estacionados em 15ª fila ou recorrendo aos transportes públicos disponibilizados (caso consigam dar com eles).

- O pessoal que chegou de autocarro desloca-se até ao mesmo, aproveitando para comer mais uns enchidos e engolir alguns litros de vinho tinto dos garrafões de puro palheto que deixaram aconchegados nos seus lugares. É de referir que o motorista tem cuidados especiais em utilizar uma máscara de protecção para evitar embebedar-se com o cheiro que paira no ar e que o nível de gases que se acumula nestas viagens faz com que seja proibido acender isqueiros ou outras formas de combustão.

- Por volta da meia noite o estádio está calmo e tranquilo, à excepção de alguns chefes de família que confundem o Media Market com a estação do Metro e outros que tentam desesperadamente saber se as bocas de incêndio transportam cerveja nas suas canalizações.

Desta forma, espero que este texto contribua para um melhor esclarecimento sobre a realidade desportiva nacional e………………….. VIVA O BENFICA!!!!

quarta-feira, março 28, 2007

Vamos ao Barbeiro!!

Admito que nunca tive muita paciência para ir cortar o cabelo. Aquele período de tempo precioso da minha vida, em que estou sentado numa cadeira enquanto alguém rodopia nervosamente pela minha cabeça empunhando uma instrumento de corte capaz de me arrancar a jugular pela raiz, sempre pareceu-me uma tremenda perda de tempo.

Até determinada altura da minha vida eu frequentava os "barbeiros de bairro", que se caracterizam essencialmente por serem estabelecimentos comerciais com 5 cadeirões colocados em fila, com a bacia de lavagem da cabeça colocada em frente dos assentos, espelhos a toda a dimensão das paredes frontal e traseira e uma decoração atrasada 50 anos no tempo, com abundantes frascos de Old Spice e Restaurador Olex nas prateleiras empoeiradas.

Curiosamente, mesmo quando estes barbeiros são alvo de obras profundas por parte dos seus proprietários permanecem com o mesmo meio século de atraso, sendo que a única grande alteração prende-se com o facto de os azulejos acompanharem as últimas tendências da moda "Emigrante 2007" e existir uma acumulação excessiva de pó de azulejo nos frascos de Old Spice.

Lembro-me perfeitamente de um barbeiro que tinha um tique interessantíssimo, que me divertia sobremaneira, relacionado com um movimento de abertura e fecho da boca ao ritmo de um peixe de aquário, sincronizado com o accionamento da tesoura. Mal ele parava de a abrir e fechar os seus lábios imobilizavam-se imediatamente, recomeçando com energia mal iniciava o manuseamento do referido instrumento.

Espalhados um pouco por todo a loja encontramos jornais desportivos e edições anteriores do Almanaque Borda D'Água, encardidos de penugem proveniente de diversos clientes.

As conversas são de um conteúdo filosófico deveras profundo, alternando entre as escolhas técnico-tácticas dos 3 principais clubes portugueses e as beldades dos programas televisivos nacionais.

Em alguns destes locais trabalha uma senhora loira oxigenada que foi “miss bairro” nos santos populares de 1956, altura em que tinha menos 75 Kg, e que trata das unhas dos “Senhores” (Nos barbeiros todos são ou “senhor” ou “meu caro amigo” ou “freguês”) e da manutenção estética do local (varrer para o canto os cabelos e lavar com visível enfado o couro cabeludo dos “fregueses”).

De modo a evitar problemas, que se podem revestir de alguma complexidade, devemos agir com uma certa precaução nos barbeiros, principalmente se levarmos em consideração que o profissional do corte detém o poder de manobrar um instrumento que facilmente colocaria o nosso lóbulo da orelha em apuradas dificuldades.

Desta forma, julgo que os seguintes conselhos são úteis para todos aqueles que pretendem frequentar este tipo de estabelecimentos:

- Nunca criticar demasiado o clube do Barbeiro. Eles têm a política de afirmar que não têm qualquer clube, o que não passa de uma treta comercial. O cliente mais desprevenido irá facilmente aperceber-se desta realidade quando, a seguir a uma crítica demolidora ao Benfica, sentir um ligeiro esguicho vermelho proveniente do seu pescoço!!

- Não tecer críticas, mesmo que construtivas, ao funcionamento do espaço comercial e/ou do profissional do corte. Eles possuem normalmente um elevado sentimento de protecção do seu ofício, pelo que caso enverede por uma atitude de crispação habilita-se a um corte de cabelo ridículo que o fará corar de vergonha, bem como a ser alvo de algumas atenções verbais mal saia da loja, tipo “empertigado de merda!!”

- Elogiar as propriedades químicas dos produtos que o barbeiro utiliza. Caso elabore alguma consideração menos favorável ao shampoo do Minipreço que lhe estão a espalhar na cabeça, o barbeiro certamente rangerá entre-dentes: “Tu deves é estar habituado a frequentar os cabeleireiros dos panilas!!”

- Se estiver num cadeirão ao pé da montra, e caso passe na rua um belo exemplar do sexo feminino, deverá rodar a cabeça de modo a acompanhar a deslocação da mulher. Este acto, para além de demonstrar a sua masculinidade é, acima de tudo, um acto de boa educação para o barbeiro, pois desta forma também ele poderá parar o seu trabalho e acompanhar a locomoção da bela jovem. Seguidamente irá verificar que o barbeiro encolhe-se até que o seu olhar fique geometricamente alinhado com a sua nuca, e irá perguntar “O meu caro amigo viu aquilo??”.

Atenção!! lembre-se que deve sempre responder que sim, mesmo que não tenha reparado em nada, pois caso contrário fica com fama de “larilas pega de empurrão!!”. Preferencialmente aplique observações espirituosas do tipo “bela tranca sim senhor!!” ou “Grande par de melões, hein??” ou “é toda boa, não é??”.

Como pode imaginar, se por infortúnio do destino, a bela mulher que passou pela montra é, na realidade, a filha do barbeiro, prepara-se para ficar sem sítio onde pendurar os óculos (não desanime, sempre pode ser confundido com o Niki Lauda!!).

- Por último, a questão da gorjeta, que deverá ser atribuída com o devido cuidado: Não dê a ideia de que é um acto de misericórdia. Nesta situação, o barbeiro dirá para os restantes fregueses quando você abandonar o local: “olha-me este, até parece que preciso do dinheiro dele!! Eu, que tenho casa própria na Brandoa, casa de férias na Costa e um atrelado montado no parque de campismo da Quarteira, que grande badameco!!” Mas, por outro lado, não deve ser sovina, nem transmitir essa imagem, pois aí o discurso muda para: “Já viram isto, como as pessoas são hoje em dia?? Trabalho das 07.00 à 23.59, tenho de sustentar 35 filhos, 5 pais, e 16 irmãos adoptados e este gajo pinga-me esta moeda de 20 cêntimos para a mão!! Isto fazia falta era 2; 2 salazares!!!!”

P.S. – Ahhhh, É verdade, se tem amor pela vida, não discuta a eleição dos “Grandes Portugueses” que decorreu na RTP1!!

segunda-feira, março 26, 2007

O Meu Mano!!

Várias vezes desejei dizer-te que és o meu herói.

Ainda hoje, à hora de almoço, quando te vi subir paulatinamente as escadas, com uma força interior que te fazia levitar pelos degraus, senti um impulso de te abraçar e dizer quanto eu gosto de ti e quanto tu significas para mim; quanto me orgulho do guerreiro em que te transformaste para derrotar o exército das trevas que o destino atravessou no teu caminho.

Quando finalmente entraste em casa e beijaste a minha filha/tua sobrinha, lembrei-me que vinhas de uma sessão de tratamentos no Hospital e aspirei a, pelo menos uma vez na minha vida, ter a força de vontade e a coragem que irradias.

Percebi a maneira como arfavas discretamente, ainda sob influência da subida, mas depois ouvi aquela tua voz colocada, forte e resoluta, mas ao mesmo tempo com um adocicado especial que sempre te tornou especial. A voz que te falhou nos momentos maus, mas que sempre regressou, sempre mais pungente e decidida, e que, não tenho qualquer dúvida, irá prevalecer.

Tudo o que tens passado, as inúmeras viagens a Paris; as semanas decorridas no hotel com a mochila da Quimioterapia às costas, mal disposto e enfraquecido; as operações a que te submeteste; os múltiplos exames, análises e diversos outros tratamentos, tudo isto irá, daqui a uns anos, aparecer-te na memória como uma época dolorosa, mas também como algo que te perspectivou a vida de outra forma, deu-te novas amizades, cumplicidades que nunca julgarias possíveis e um olhar sobre a existência humana que, certamente, transforma cada teu dia num momento único e especial.

Mas, acima de tudo, só te queria dizer isto, de uma forma singela: És o meu herói, o meu cavaleiro de capa espada, super-homem a voar pelos céus da nossa existência!!

domingo, março 25, 2007

Contributo para uma análise social do Tuning (Ou, como não entendo nada disso e vou mandar umas bocas!!)

O Tuning sempre foi uma realidade cuja essência nunca consegui alcançar em toda a sua plenitude. E, dado que também não se pode dizer que tenha uma notável abrangência de pensamento, certamente que a culpa é minha.

Vejamos, o Tuning caracteriza-se por determinados conceitos e práticas que encerram uma filosofia de actuação muito própria.

Normalmente os tunings adquirem carros baratos e populares (Fiat Punto; Citroen Saxo; Peugeot 206 são os mais utilizados) para, de seguida, gastarem pequenas fortunas a transforma-los com vista a tornar a viatura 20 Km mais rápida, habitualmente com recurso aos seguintes elementos, de modo obter a cópia terrestre de um caça F16:

- um tubo de escape de duas vias com características sonoras que o aproximam de um Airbus 320.

- 5 aleirons e saias laterais (mas o que leva tipos que querem dar ar de duros falarem embevecidamente das saias dos seus pretensos bólides??);

- Vidros escurecidos, para fumar umas ganzas à vontade e abusar sexualmente da esteticista vacarrona lá do bairro suburbano.

- Implantes metálicos no interior em quantidade suficiente para erigir duas pontes sobre o Tejo.

- Um botão com a inscrição “Nitro”

- Rebaixamento do carro, que significa, para aqueles que não sabem, diminuir a distância entre o chão e o chassis do mesmo, o que constitui, como é evidente para qualquer alma iluminada, a acção mais correcta para as estradas de alcatrão liso e sem buracos que caracterizam as vias portuguesas.

- Aparelhagem sonora com uma potência em termos de décibeis capaz de implodir um edifício de 5 andares. Para tal efeito, munem os carros com amplificadores que os organizadores do Rock in Rio Lisboa adorariam ter, Woofers e Subwoofers por baixo de todos os assentos e colunas instaladas no que, antigamente, era o porta-bagagens.

Ainda não percebi se esta tendência para debitar um som que ultrapassa largamente um concerto dos Metallica é derivado de problemas de surdez ou um qualquer ritual de aproximação entre clãs, tipo “He pá, parece que o Zeca Chibatas vem aí, já lhe estou a ouvir o cantante, daqui a 20 minutos está cá”. Normalmente o ritmo sonoro destas “músicas” pode ser definido da seguinte forma: “Pum; Pum; Pum; Untz; Untz; Untz; Pum; Pum; Pum; Untz; Untz” prosseguindo com um “iiiiiiiiuuuuuuuaaaaaaiiiiiiiiiiiiii” prolongado, regressando aos “Pum; Pum; Pum; Untz; Untz; Untz!!”

- Por fim, a instalação de luzinhas estroboscópicas e fluorescentes que colocam no interior e exterior do carro, o que, à noite, dá o efeito original equivalente a um frigorífico com a porta aberta numa cozinha escura.


Com estas transformações, o possante Fiat Punto está preparado para atingir a vertiginosa velocidade de 140 Km/hora, enquanto emite um ruído ensurdecedor quer do tubo de escape, quer da aparelhagem sonora. Aproveitam então para se juntar a um bando de Tunings que organizam corridas clandestinas onde se pavoneiam perante uma plateia composta por outros Tunings e elementos do sexo feminino cuja única frase que compreendem à primeira é “Anda cá minha linda, toca-me aqui na alavanca de velocidades!!”.

Nestas corridas levam as suas máquinas a atingir os seus limites mecânicos e, por vezes, acabam por compreender da pior forma que a linha que separa a estrada e o poste de electricidade é muito ténue.

Caracteristicamente, e fora dessas corridas e demonstrações de masculinidade primária (sempre achei que o tubo de escape duplo continha em si uma projecção fálica dos seus proprietários!!), os Tunings são extremamente cuidadosos. Passam horas a lavar, polir, aspirar e limpar as viaturas, como se estivéssemos perante uma obra-prima da arte.

E, caso passem por uma lomba ou elementos redutores de velocidade (bandas), são tão cuidadosos que, por vezes, provocam filas intermináveis!!

E porquê?? Porque rebaixaram os carros. O ruído característico de um carro tuning nestas circunstâncias é o seguinte: VRRRUMMMMMMMMMMMMM!! (mete a quinta) VREEEEEEUUMMMMMMMMMMMM; ihihihihihiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiihihihihhiiii (aproximação a uma banda redutora de velocidade) hiiiiiiiiiiiiiiiiiii vraaaaaeaaaeaaaaeaaae (1 Km/hora a passar cuidadosamente a banda de modo a não partir o chassis ao meio) vreeeeeeeeeeeeeeeeeee (a traseira do carro acaba de passar a banda) VRUMMMMMMM (primeira) VRUUUUUUMMMMMMM (segunda) VRUUUUUUMMMMMMMMMMMM (terceira) ihihihihihihihihihiiiiiiiiiiihihihiiiiiiiiiiiiiiiiiii (Porra, outra banda?????).


Mas, meus caros amigos(as) deixei propositadamente para o fim o elemento mais importante de um verdadeiro tuning, aquilo que o define em qualquer lugar e tempo:

- O chapéu com a aba para trás!!

O seu carro até pode não ser modificado, mas com o chapéu colocado, ele sente-se verdadeiramente um Tuning. O chapéu faz parte do package básico deste grupo! Desconfio até que é a oferta das oficinas mal elas elaboram o orçamento da modificação dos carros.

Com ele na cabeça, o jovem faz uma afirmação social: “Reparem como eu modifiquei este chapéu, hemmm?? Vejam como ele está diferente, notem bem como de algo normal e de utilização lógica fiz um objecto ineficiente para proteger do sol e sem qualquer sentido de utilização, mas com um lindo aleiron traseiro! Eu sou Tuning logo desde a cabeça!!”

PERFECT SENSE

sexta-feira, março 23, 2007

O derradeiro combate

Tenho uma perspectiva absolutamente pacifista da vida.

Nunca bati em ninguém, sempre utilizei a argumentação lógica e racional para resolver conflitos (mesmo quando do outro lado estavam autênticos cérebros de amebas) e, apesar de ser um tipo bastante nervoso em certas situações, sempre consegui desviar a minha fúria para pequenos aparelhos atirados contra a parede (a Nokia e a Motorola já lucraram muito comigo).

Os conflitos bélicos, que eclodem frequentemente um pouco por todo o planeta, são realidades que tento compreender e contextualizar como fenómeno político-económico-social, que têm normalmente causas profundas e consequências dilatadas no tempo.

O que não consigo compreender, em tempo algum, é o que leva alguém arriscar-se a ir para o campo de batalha, com risco da própria vida e com as consequência inerentes para todos os que lhe são queridos, tendo como pano de fundo a defesa de uma entidade tão etérea como a pátria. Em nome da pátria arriscam a vida, a mesma vida que possivelmente muitos deles não arriscariam por um filho, pai, irmão ou amigo.

Reconheço que não partilho o conceito de pátria, tal como é normalmente entendido. Gosto de Portugal, tal como tenho a certeza que gostaria de qualquer outro país onde tivesse nascido e, principalmente, crescido. Não considero os portugueses menos capazes, mas simplesmente o produto de séculos de usufruto dos bens e braços alheios (desde 1415 até ao 25 de Abril de 1974) sem qualquer tendência produtiva.

Interessam-me sim as pessoas. O seu direito a ver a vida preservada, os seus filhos criados decentemente, a sua velhice mantida com dignidade, os seus sentimentos respeitados, sempre com o ideal da liberdade como pano de fundo. Com a certeza que uma pátria que se baseia nestes pressupostos é mais justa, fraterna e decente. Entre uma pessoa e uma pátria não duvido na escolha: O Ser Humano.

Existe uma única perspectiva que me levaria a considerar a participação num conflito, independentemente das suas motivações económico-políticas: A liberdade.

Porque onde existe falta de liberdade existe tudo o resto que é típico de estados totalitários, como a falta de respeito pelos direitos humanos, o desnível absurdo entre classes sociais, a miséria, a perseguição política, social e étnica, entre outras características.

Mas quando falo de conflitos não me refiro a guerras de pseudo-libertações, como muitas delas o são, até porque normalmente os combates pela liberdade travam-se no interior das nações.

Falo sim de um combate pessoal travado em nome de um ideal.

Adoro a liberdade e tenho por ela um respeito enorme, absoluto. O acto de alguém discordar de mim é mais importante do que o contrário, porque só em liberdade tal é possível. A liberdade permite-nos dizer mal dela e não o contrário.

A liberdade permite-nos viver.