quinta-feira, março 22, 2007

Ataques baixos!!

Andar na rua com o passo estugado que me caracteriza é um exercício mais perigoso do que à primeira vista um observador desatento poderá descrever.

E, meus caros(as) leitores(as), devo informar que a responsabilidade por eu sentir, por vezes, que estou a caminhar em plena Avenida principal de Bagdad, é unicamente imputável ao sexo feminino!!

Sim, às mulheres, esse ser criado a partir da costela de Adão e que, por vezes, aparenta possuir um desejo mórbido de partir todas as restantes costelas dos herdeiros do primeiro homem bíblico!!

E dizem vocês: He pá João, lá estás tu com essa mania da perseguição em relação às mulheres!!

E eu respondo simplesmente desta forma: Não tenho qualquer mania da perseguição em relação ao belo sexo. Bem pelo contrário! Eu adoro as mulheres e nada me dá mais prazer do que ver e conviver com uma mulher bonita e charmosa (bem, se o conviver for um pouco mais intimo, então nem se fala!!)

Se ainda desconfiam de perseguição, reparem bem:

Com a temperatura relativamente baixa, a maior parte das mulheres anda na rua de formas:

  • Mãos metidas nos bolsos do casaco, passo largo e decidido mas a uma velocidade normal (pouco perigosas)

  • Mão direita a segurar em ambas as abas do casaco, apertando-as firmemente como se estivesse a tentar esganar-se com violência (inócuas)

  • Passo firme e hirto, velocidade bastante aceitável, e com os braços a ondular num movimento ritmado contrário ao movimento das pernas, como se estivesse a remar contra o vento (perigosíssimas!!)

Porque reparem, em relação a este último grupo, de cada vez que eu tento ultrapassar uma mulher é certo que levo com um dos braços em certas partes do meu corpo, abaixo da cintura e acima dos joelhos que são, digamos assim, mais expostas à dor em caso de contacto físico!! Juro!!

E esta cena ainda piora se a mulher transportar um guarda-chuva, principalmente se for daqueles que possuem um ameaçador bico na ponta, qual baioneta preparada para atacar o inimigo!

É fácil de perceber a angústia que esta situação me provoca: Vou a andar depressa, passo por uma mulher e, Zás, toma lá uma pancada no baixo ventre (sempre gostei desta expressão muito usada nos relatos de futebol para designar uma pancada nos testículos!!), o que tem como consequência um esgar de dor que me coloca os olhos quase fora de órbita e um ligeiro inclinar para a frente, como se de repente o Homem Invisível me tivesse dado uma estalada na parte anterior do pescoço!!

Sim, porque isto desenrola-se no espaço de milésimos de segundo, num espaço público onde as pessoas apenas reparam no meu estranho comportamento.

Imagino logo que os transeuntes que visionaram a cena devem pensar: “Coitado, deve estar com um enorme ataque de cólicas!!”

E, por incrível que pareça, nunca nenhuma mulher parou para pedir desculpas!! Nunca!! Ora, eu não acredito que elas não reparem que acertaram em alguma coisa (Ok, por mais pequeno que vocês possam estar a imaginar que seja, pelo menos atingiram algo um pouco mais concreto do que o ar!!)

Portanto, eu só posso chegar às seguintes hipóteses: as mulheres andam a vingar-se dos homens por esta via; acertaram, gostaram de acertar, e continuam a sua marcha com a consciência malandrinha a pulular de alegria, ou estão absolutamente insensíveis das mãos!!

Sinceramente, ainda bem que o Eduardo Mãos de Tesoura é uma personagem fictícia, porque, caso contrário, e se fosse uma Eduarda, quem não andava na rua era eu!!

2 comentários:

Sem disse...

Tu é que não sabes o que custa andar por essas ruas empedradas a olhar para o chão para tentar que os saltos dos sapatos não se prendam na calçada e deixem uma Mulher descalça no meio da rua! :)

João Pinto disse...

Bem, é sempre uma boa oportunidade para alguém que venha a andar atrás de ti pegar no sapato entalado entre o empedrado da rua e oferecer à sua legítima e descalça proprietária com aura de Cinderela urbana!!